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December 23, 2009

Vamos a brindar.



Vamos a brindar con copas de champagne
Para celebrar que más es más.
Sólo tienes que pensar que
lo estrafalario brilla más que lo normal.
Y déjame enloquecer.

Vamos brindar com taças de champagne
Para comemorar mais e mais.
Basta pensar que
o bizarro brilha mais que o normal.
E deixe-me enlouquecer.

Trilha Sonora: Más és Más - Fangoria ♫

December 9, 2009

Longe das luzes da cidade.


Eu sonho muito,

Muito mais do que deveria,

Muito mais do que qualquer uma.


E todas as madrugadas,

Sua semi-presença me ajuda a continuar

Dormindo.


Com você,

você me faz sorrir ou

Tudo escurece,

E a alegria se perde.


Somente com você

Eu tenho a paz que me fugia até então.

Até outro dia, quando nós dois seremos um

[só, felizes e juntos até o dia em que a paz nos alcançará de novo.

Trilha Sonora: Far, Far Away - Wilco


PS: Escute a música, sério. Escute, e veja a tradução se você não entende inglês. É simplesmente linda, linda, linda, linda, linda, linda, linda. Vocês não tem noção.

November 30, 2009

cry



Os dias passam e as noites ficam sem por quê. Estou sozinha e sem medo de me perder. Meus olhos chamam os seus como o frio desperta o calor. Inofensivo mas capaz de trazer a dor.

Todo o encanto se acaba, por que o sol tem que morrer? Não quero mas enxergo tarde o que sinto por você. Mesmo tão diferente do que possa parecer, mesmo que o inferno seja o preço pra te ter, tudo começa como um dia chega ao fim. Sonhos que apagam o que você deixou em mim.
As horas passam e eu estou sozinha sem você, talvez com medo de tentar me envolver. Historias são momentos, frases feitas sem qualquer valor. Inofensivo, mas capaz de trazer a dor.

Muitos beijos, pra você. (L)

Trilha Sonora: Frases Feitas - Drive

November 9, 2009

Tá dançando é?


De tênis preto e cadarço verde, bonezinho, uma camisa qualquer e jeans. Encostou na parede e ficou me olhando dançar, com um sorriso pequeno no rosto.
Eu, de shorts preto, blusa de alcinha branca. Idiotice, eu estava lá na sala, e ele tinha subido, achei que ia ficar lá por algum tempo.
Era jazz, animadinho até. A coreografia estava horrorosa, postura zero, finalização dos movimentos: um negativo. Mas ele falou que estava ótimo, lindo, linda. Deve ter gostado só por causa da roupa, hm, mas enfim.
- Tá dançando, é?
Então ele riu.
Foi aí que eu me apaixonei.
Pela dança, é lógico :B

Trilha Sonora: Ticket To Ride - Tiago Iorc ♫

October 31, 2009

RANDOM.com *-*


Quando te vêem deitado, de olhos fechados, na sua cama, com a luz apagada e te perguntam:
- Você tá dormindo?
- Não, to treinando pra morrer!

Quando está chovendo e percebem que você vai encarar a chuva, perguntam:
- Vai sair nessa chuva?
- Não, vou sair na próxima.

Quando você acaba de levantar, aí vem um idiota (sempre) e pergunta:
- Acordou?
- Não. Sou sonâmbulo!

Você acaba de tomar banho e alguém pergunta: (BOA)
- Você tomou banho?
- Não, mergulhei no vaso sanitário!

Você tá na frente do elevador da garagem do seu prédio e chega um que pergunta: (ÓTIMA)
- Vai subir?
- Não, não, to esperando meu apartamento descer pra me pegar.

Você chega ao banco com um cheque e pede pra trocar: (MUITO BOA)
- Em dinheiro?
- Não, me dá tudo em clipes!

Trilha Sonora: Up Up And Away - The Icarus Account

October 29, 2009

O amor por entre o verde (Vinícius de Moraes), adaptação.


Não é sem freqüência que, à tarde, chegando à janela, eu vejo um casalzinho que vem namorar no parque. Ela é uma menina de uns treze anos, o corpo elástico metido nuns blue jeans e num suéter folgadão, os cabelos puxados para trás num rabinho-de-cavalo que está sempre a balançar para todos os lados; ele, um garoto de, no máximo, dezesseis, esguio, com pastas de cabelo a lhe tombar sobre a testa e um ar de quem descobriu a fórmula da vida. Uma coisa eu lhe asseguro: eles são lindos, e ficam montados, um em frente ao outro, no corrimão da colunata, os joelhos a se tocarem, os rostos a se buscarem a todo momento para pequenos segredos, pequenos carinhos, pequenos beijos. São, na extrema juventude, a coisa mais antiga que há no parque, incluindo velhas árvores que por ali espapaçam sua verde sombra; e as momices e brincadeiras que se fazem dariam para escrever todo um tratado sobre a arqueologia do amor, pois têm uma tal ancestralidade que nunca se há de saber a quantos milênios remontam.

Eu os observo por um minuto apenas para não perturbar-lhe os jogos de mão e misteriosos brinquedos mímicos com que se entretêm, pois suspeito de que sabem de tudo o que se passa à sua volta. Às vezes, para descansar da posição, encaixam-se os pescoços e repousam os rostos um sobre o ombro do outro, como dois cavalinhos carinhosos, e eu vejo então os olhos da menina percorrerem vagarosamente as coisas em torno, numa aceitação dos homens, das coisas e da natureza, enquanto os do rapaz mantêm-se fixos, como a perscrutar desígnios. Depois voltam à posição inicial e se olham nos olhos, e ela afasta com a mão os cabelos de sobre a fronte do namorado, para vê-lo melhor, e sente-se que eles se amam e dão suspiros de cortar o coração. De repente o menino parte para uma brutalidade qualquer, torce-lhe o pulso até ela dizer-lhe o que ele quer ouvir, e ela agarra-o pelos cabelos, e termina tudo, quando não há passantes, num longo e meticuloso beijo.

Que será, pergunto-me eu em vão, dessas duas crianças que tão cedo começam a praticar os ritos do amor? Prosseguirão se amando, ou de súbito, na sua jovem incontinência, procurarão o contato de outras bocas, de outras mãos, de outras mãos, de outros ombros? Quem sabe se amanhã, quando eu chegar à janela, não verei um rapazinho moreno em lugar do louro ou uma menina com a cabeleira solta em lugar dessa com os cabelos presos?

E se prosseguirem se amando, pergunto-me novamente em vão, será que um dia se casarão e serão felizes? Quando, satisfeita a sua jovem sexualidade, se olharem nos olhos, será que correrão um para o outro e se darão um grande abraço de ternura? Ou será que se desviarão o olhar, para pensar cada um consigo mesmo que ele não era exatamente aquilo que ela pensava e ela era menos bonita ou inteligente do que ele a tinha imaginado?

É um tal milagre encontrar, nesse infinito labirinto de desenganos amorosos, o ser verdadeiramente amado… Esqueço o casalzinho no parque para perder-me por um momento na observação triste, mas fria, desse estranho baile de desencontros, em que freqüentemente aquela que devia ser daquele acaba por bailar com outro porque o esperado nunca chega; e este, no entanto, passou por ela sem que ela o soubesse, suas mãos sem querer se tocaram, eles olharam-se nos olhos por um instante e não se reconheceram.

Trilha Sonora: I Can't Help It - Nevertheless ♫

October 26, 2009

Eu omiti, eu nunca te falei.


eu vejo a noite passar, eu brinco de aprender. vejo o destino chegar, sempre trazendo você. eu ouço você chamar mas eu não sei responder. porque não chega mais perto? sempre estarei com você.
eu omiti eu nunca te falei, todos os anos que eu te amei, tentando disfarçar daquilo que eu chamo de amor.
não vejo o sol, não quero acordar. os meus sonhos eu sei que posso te encontrar. não vão me derrubar, eu sei que vou vencer. não duvide do amor que existe dentro de você.
eu omiti eu nunca te falei, todos os anos que eu te amei, tentando disfarçar daquilo que eu chamo de amor.
eu omiti eu nunca te falei, todos os anos que eu te amei, tentando escapar daquilo que eu chamo de amor. o que eu mais quero é poder dizer que a minha vida pertence a você. eu só estou tentando te explicar.. aquilo que eu chamo de amor... amooor, aquilo que eu chamo de amor...

Trilha Sonora: Daquilo que eu chamo de amor - Catch Side ♫

P.S.: você diz que é só de amor que eu sei falar ...

October 22, 2009

A gente.


A vida é passageira mas o amor é inacabável
Por isso não chore se um dia eu estiver inalcançável
Porque nós dois transcedemos a vida e a morte
Ultrapassamos as barreiras do sul ao norte
E eu acho que temos sorte
Por sermos assim tão fortes
Nosso amor é guardado no peito de um jeito feito um cofre
Mas não diga que vai pois eu corro atrás
Não tem jeito sem você eu não penso direito

Então vem me diga novamente que me quer também
Meus olhos nos seus olhos eu sinto um bem
Vem fazer diferente, me deixe contente
Todo dia toda hora eu só penso na gente
Às vezes eu pareço que sou doida
Porque longe de você eu fico louca
Palavras são pequenas para descrever
O tamanho do amor que eu sinto por você

Me diga novamente que me quer também
Meus olhos nos seus olhos eu sinto um bem
Vem fazer diferente, me deixe contente
Todo dia toda hora só penso na gente
As vezes eu pareço que sou doida
E longe de você eu fico louca
Palavras são pequenas para descrever
O tamanho do amor que eu sinto por você

Você não sabe o quanto eu tenho para te falar
Se soubesse pararia só um pouco para me escutar
Não deixaria um vazio no meu coração
Não tem conversa, não tem chance, não tem opção
Tá parecendo ditadura, pura opressão
Me de uma chance de mostrar o meu valor
Eu só quero o seu amor
Nada me faz sentir calor
Como o seu corpo, seu sabor
Seu olhar tá me dizendo que você tá escondendo a verdade
Você também sentiu saudade
Não adianta mais negar
Porque seus olhos, contarão toda a verdade

Então vem me diga novamente que me quer também
Meus olhos nos seus olhos eu sinto um bem
Vem fazer diferente , me deixe contente
Todo dia toda hora só penso na gente
As vezes eu pareço que sou doida
Porque longe de você eu fico louca
Palavras são pequenas para descrever...

Então vem... E diz que me quer também !

Trilha Sonora: A Gente - Diwali ♫

October 8, 2009

Me deixe saber que você está aqui.



Pois se eu souber disso, eu não preciso de mais nada. Só o fato de estarmos juntos, tudo ao redor já some e ficamos só nós aqui, rindo das coisas mais bobas. E nós duas poderíamos dizer um ‘Eu te amo’ de amiga, não banalizado como hoje em dia.

Minhas palavras cheias de revolta, você as acalma. E não faz só isso, também me restaura, e a cada dia, eu percebo que é você que me faz querer continuar vivendo. Porque eu sei que é uma amizade pra sempre, uma amizade que não tem como não durar. Não é que nem esses amores de verão, pequenas paixões que acabam com a mesma velocidade que começaram, e às vezes até mais rápido.

E eu só te peço uma coisa: não vá embora. Não faça como todas as outras fizeram. E fique, stick up for me until the end, if it’s possible.

Só mais uma coisinha, só mais um pedido: me deixe saber que você está aqui.

Trilha Sonora: All Good Things (Come To An End) - Nelly Furtado

September 28, 2009

Tentar sorrir.



Sorrir é um ato frio que confunde as pessoas.
Não, na verdade é isso mesmo. Depois de algum tempo todos vão perceber que é isso que acontece. E que as pessoas, dentro de um ambiente aberto ou fechado, tem a necessidade de sorrir. Não dá pra explicar, isso simplesmente acontece.
Eu não tenho a necessidade de sorrir. Mas se eu não sorrio, todos me olham estranho, ficam perguntando se está tudo bem. Por favor, me diga. Alguma pessoa nesse mundo é obrigada a estar 100% bem, em todo o tempo? Claro que não.
E é isso que me incomoda demais sobre o sorriso. Ele deveria ser natural. Certos os chineses/japoneses, que não sorriem muito. Eles não precisam ter um sorriso grudado na cara, ficar mostrando os dentes pra todos.
Aliás, esse ato de mostrar os dentes me lembra muito cachorros e lobos. Animais.
Mesmo depois disso, vou tentar sorrir. Para as pessoas, para os animais, para as plantas e árvores, para eu mesma, para a tela do computador.
Tá, não preciso nem dizer que fui irônica.
Mas agora é sério. Vou tentar sorrir. Não do jeito que todos sorriem, mas com sinceridade. Sempre. E eu sugiro que você faça o mesmo.

Muitos beijos.

Trilha Sonora: Party – Demi Lovato

September 8, 2009

Abraços?


É, saudades deles.
Ah, eu prometo que vou postar direito.
Correria total, sem tempo.

Muitos beijos.
Trilha Sonora: Soko - Alligator Garage ♫

August 27, 2009

Post? Não.


"And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't wanna go home right now.
And all I can taste is this moment,
And all I can breathe is your life
'Cause sooner or later it's over
I just don't wanna miss you tonight."

Trilha sonora: Iris - Goo Goo Dolls ♫

August 24, 2009

Sete chaves.



Aquela menina que um dia sofreu, trancou seu coração, encheu um rio com suas lágrimas, colocou tubarões nele e jogou a chave lá dentro, sim.
Tudo o que ela passou vai acontecer em dobro com o idiota. E ela vai achar alguém que vale a pena.
Se bem que ela podia achar alguém que vale a pena sem sofrer tanto, hm. Ela merece.
É difícil dizer o que aconteceu depois.

- Me deixa te abraçar, pela última vez. É a minha última chance de sentir de novo. Mas você acabou comigo, e agora eu... eu nem... não consigo sentir mais nada. Isso tá me deixando em pedaços, eu tento me controlar, mas machuca demais.
- Me perdoa? – ele disse.
- Eu tento perdoar. Mas não é suficiente pra fazer com que tudo fique, pelo menos, normal.
- Mas eu te disse... a verdade! – ele pareceu bem surpreso. Eu sabia que ele estava mentindo.
- Eu não posso te dizer algo que é real! Cara, a verdade dói! Mas as mentiras doem mais ainda!
- E o que eu posso fazer pra mudar isso, sei lá? Fica comigo, pra sempre. De novo. Por favor? O que eu posso fazer?
- Você podia me amar um pouco menos do que antes.
E ela foi embora.

Muitos beijos.

Trilha Sonora: Broken Strings – James Morrison
She will be loved – Maroon 5

PS: Tubarões não vivem em rios.
PS¹: Vocês podem notar alguma semelhança entre o texto e a primeira música que eu sugeri (:

August 22, 2009

Eu poderia ficar assim pra sempre.

E quando eu disse sempre, eu quis dizer ‘por muito tempo’, como na Fantástica Fábrica de Chocolate.
Esse não vai ser um post gigante. Nem tô a fim de escrever. E apaguei tudo que tinha escrito umas quatro vezes. Perdi a paciência.
Eles são amigos (foto).
Um brinde à nossa amizade, que tal?

Muitos beijos.

Trilha Sonora: Down We Fall – Drake Bell

August 21, 2009

Adeus.



O despertador tocou às 9h, mas parecia que ainda eram 5h. A noite passada tinha sido longa, cheia de coisas pra fazer: mergulhos na piscina, um filme de terror passando na TV, conversas intermináveis no sofá e nos colchões infláveis. Agora, porém, o dia amanhecera, e o sol escorria para dentro das janelas da sala, não dava pra negar.
Rolei na cama e puxei as cobertas para cobrir a cabeça, querendo só mais uns momentos de descanso tranquilo. Mas Rafa e Lucas, todos cheios de energia, tipo pilha Duracell não me queriam dormindo.
- Vai, Bia! De pé, já! – gritou Rafa, transbordando entusiasmo.
- É hoje que a gente vai subir aquela montanha.
Na noite passada, o Rafa havia prometido que ia me levar lá naquela montanha.
- Me deixa, eu chego um pouquinho atrasada. – murmurei, debaixo dos cobertores.
- Ah, vamos lá, Bia! – disse Lucas, sorrindo.
Saí me arrastando do colchão, então fui ao banheiro me trocar e escovar os dentes. Eles já tinham comentado bastante sobre essa montanha, parece que a subida ia ser difícil.
Quando terminei me sentei e, que gracinha, o Lucas tinha preparado um sanduíche pra mim.
- Valeu.
- Não foi nada não – respondeu ele.
- Hm, dá pra vocês pararem ai com esse climinha, senão eu vomito! – O Rafa sabe muito bem como acabar com a felicidade das pessoas.
- Vai falar assim com outro, ok?
Rimos, e percebemos que a casa estava vazia. Os outros deviam ter ido ao mercado, ou sei lá. Não dava pra gente sair sem avisar. Então ficamos lá. Jogamos Banco Imobiliário, ouvimos música. Peguei o violão e eles tocaram algumas músicas que ninguém conhece.
Quando era mais ou menos meio-dia, eles chegaram. Minha mãe, Edgar e a Marta, mãe dele. É, tinham ido ao mercado.
- Bia, você não quer esperar o almoço?
- Ah, querer eu não quero, já acordei cedo, Rafa. – rimos. – Mas eu espero, não tem problema não.
Trocamos um olhar de cumplicidade e fomos pra sala, de novo.
Escutamos um grito, e fui ver. Era o Edgar. Gritando por causa do Bruce, o cachorro. Olhei pro Lucas e revirei os olhos. Ninguém merece um irmão medroso assim. Minha mãe ficou em pânico, ligou pro meu pai e ele foi nos buscar.
Ganhei um abraço do Rafa.
Sem montanha.

Muitos beijos.

Trilha Sonora: Porque eu sei que é amor – Titãs

August 12, 2009

A grama é confortável.



Você já ficou deitado, olhando pro céu? Em um dia de sol, ou chuva, em que o sol se esconde. É sempre bom. Eu venho fazendo isso um pouco mais, nesses dias de férias. Agora sozinha.
A gente ia lá pro Pavilhão Vera Cruz e andava de skate. E depois deitávamos na grama, fotos. Riamos daquelas piadas velhas, contávamos casos. Nossas novidades, a coisa vergonhosa que os nossos pais tinham feito recentemente. Os passarinhos cantavam, e a gente cantava junto, a mesma melodia, talvez. Dançávamos um pouco, até. As pessoas até olhavam estranho, mas quem disse que a gente tava aí pra isso?
Palhaços. Não sabem apreciar a vida e dão risada de quem sabe. Er, melhor ficar calada.
Quando chovia a gente nem ligava, tentávamos nos preocupar com outras coisas. Como ficarmos juntos, sem aquele medo de sermos descobertos, sabe? Não era nada errado, a mente tranquila.
Rachamos um sorvete, a água, ou a Coca-Cola. Zero, pra manter a forma e acabar com os ossos. Éramos felizes, eu acho.
Tínhamos nossos sonhos, compartilhávamos tudo. É assim que devia ser.
E as tardes na pracinha? Só a gente e um violão. Diferente do nosso primeiro dia.
Tão.
Perfeito.
Bom demais para ser verdade, é o que eu me permito dizer sobre isso.
É, eu ainda lembro de tudo. Vejo tudo, cliquei tudinho com meus olhos, somente. O tempo passa, as coisas se colocam no lugar. Outras são descobertas. Então eu vejo que são só memórias. Memórias que nunca vão se apagar, embora eu queira muito que elas saiam de mim.
Nosso.
Último.
Verão.
“Memórias que ficam”.

Sem muitos beijos hoje.

Trilha Sonora: Our Last Summer – Mamma Mia

August 11, 2009

Momento de criança.


Sexta-feira, 22h00, minha casa. Eu, Edgar, Mãe, Pai, Miguel, Mãe dele, Pai dele. E a irmã dele. De dois anos. Não me encaixava em nenhuma das conversas, então já ia subir as escadas. Minha mãe me para, e diz:
- Vai brincar com a Ana Laura, Bia.
- Ah, sim, claro. - respondi, num tom seco.
A menina tem dois anos! O que eu vou fazer com uma menina de dois anos?
- Então, o que você quer fazer?
- Brincar de boneca! - disse ela, sorrindo, feliz.
- Ah, vamos lá então - tão fofinha, não dava pra dizer não, nem deixar ela sozinha.
Peguei a Miracle Baby (presente da minha mãe) e dei pra ela. Ela ficou toda feliz, comecou a falar com a boneca. E eu fiquei com cara de interrogação. Que bonito, estou tentando achar algo de divertido naquilo. Vamos levar doces para a casa da vovozinha, ela me pergunta se eu tenho algum lobo em casa. Respondo que não e continuamos a brincar.
Até que ela se cansa. E vai para o escritório. Hm, o que ela vai fazer? Ela liga a TV. Menina esperta, penso. Mudou de canal, para o Discovery Kids. É, não é tão mal. Uma garota desse tamanho, dois aninhos, já fazendo tudo isso, hm.
Bob, o Construtor. Podemos consertar? Podemos sim! Hm, aquilo me fez mal. Ficamos lá, assistindo TV até meia noite. E pensei: nossa, ela bem que podia dormir, né? Ou começar a chorar e gritar dizendo que ficou com sono. Sei lá. Acho que quem está com sono sou eu.
Os pais dela chamam, e eles vão embora. Arrumo a bagunça do meu quarto, dou uma última olhada em tudo. Me deito e o Matheus me liga.
Acabou o meu momento de cirança. Cresci, ou algo parecido. Senti vontade de agradecer àquela menina por ter me dado um momento pra pensar no quanto eu mudei. E no quanto é deprimente e chata a história da Chapeuzinho Vermelho.

Muitos beijos.

Trilha sonora: Big Girls Don't Cry - Fergie ♫
PS: Hoje eu vi o Jonathan no Carrefour, hm.

August 6, 2009

Precisa-se de um título.



Eu o criei. Veio tudo da minha cabeça, mesmo sendo algo que não era meu. Seria meu depois de alguns instantes, talvez. Eu só precisava seguir em frente. E eu sabia que não haveria volta. Tudo passaria e o momento dele deixar de existir chegaria.
Pelo menos era o que eu pensava.
Como eu misturaria o que de fato aconteceu com o que eu pensava que nunca seria real, haveria um fundo de verdade e eu não me sentia culpada no momento.
Não havia nada a perder, nem nada a ganhar, então arrisquei. E quando vi o que tinha acabado de fazer, descobri que eu teria que ir até o fim. São coisas de adolescente...
E fomos nos envolvendo cada vez mais, e o que não era real começou a ser visto com outros olhos.
"Não é tão difícil assim, eu até gosto disso." Pensava nisso, enquanto estávamos abraçados. Eu falava baixinho em seu ouvido:
- O que a gente vai fazer se descobrirem?
E ele dizia, com aquele sorriso de deixar as pernas de qualquer uma bambas:
- Não pense que vão descobrir. Só pense no que a gente vai fazer agora, já que estamos sozinhos. - Ele levantou uma sobrancelha e me encarou, sorrindo suavemente. Tirou o cabelo do meu rosto e passou a mão pela minha cintura.
Me deixei levar por ele. Todo o tempo do mundo era só nosso, não havia ninguém para atrapalhar aquilo, aqueles nossos momentos. Foi aí que eu me apaixonei.
Como eu pude me apaixonar por ele, por aquilo? Não aguentei mais, tive que falar para ele tudo o que eu estava sentindo, tudo o que ficou guardado em mim por tanto tempo, tudo o que era até então desconhecido.
E tudo isso saiu de minha boca, que seria calada por ele aguns segundos depois, em forma de três palavras:
- Eu te amo.
Olhei bem dentro dos olhos dele e quando me dei conta, lágrimas rolavam pelo meu rosto.
- Eu te amo, meu amor. Lembre-se sempre, eu vou secar toda lágrima que ousar cair, minha flor...
Ele dizia isso tão tranquilamente que me fazia chorar mais ainda. E ele sorria para mim. Eu sorria pra ele também. E ele estava tão perto... Um arrepio me percorreu a espinha.
Quando olhei novamente, estava em minha cama, lembrando de tudo que nunca aconteceu.
Ele nunca existiu.
Pelo menos era o que eu pensava.

Muitos beijos.

Trilha sonora: Details In The Fabric - Jason Mraz ♫
 
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